terça-feira, 19 de julho de 2011

E viva o dia do futebol [2]

Por: Marcelo Bechler (@marcelobechler)
19 de julho é o Dia Internacional do Futebol. É um dia como outro qualquer. Não preciso do Dia das Mães para beijar a minha. Não preciso dar presente para ninguém só porque é 12 de junho. A diferença é que ninguém tenta te enfiar goela abaixo que é preciso comprar algo para mostrar alguma coisa ao futebol.
Devo muito ao esporte. O futebol me aproximou do meu pai na infância. Fez com que eu pudesse conversar com os adultos enquanto crescia. Foi meu companheiro em muitos momentos na adolescência. Hoje dependo dele para viver. É o meu trabalho, embora minha profissão seja outra. Eu vivo para pensar futebol. Analisar, criticar, sentir e informar sobre ele.
Não aceito dizer que “é a coisa mais importante, dentre as menos importantes”. Bill Shankly, ex-técnico da seleção escocesa e do Liverpool, acertou: “Futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito, muito mais importante”.
Duvida? Pergunte a um torcedor de Celtic ou Rangers e os conflitos religiosos envolvidos no clássico escocês. Pergunte a um torcedor do Athletic Bilbao e a representatividade do clube (o único ao lado de Real Madrid e Barcelona a nunca ser rebaixado para a segunda divisão espanhola) para a região basca. O próprio Barcelona é o principal símbolo catalão e que contraria a ideologia de ostentação da coroa espanhola, representada pelo Real Madrid – historicamente beneficiado pela Família Real. Se não quiser ir tão longe, converse com um corinthiano que viveu a Democracia no início da década de 80 e a semente plantada para o movimento das Diretas Já. Lembre de “90 milhões em ação, pra frente Brasil do meu coração” e a forma com que a melhor seleção brasileira foi usada na ditadura militar.
Futebol é religião, é política, sociologia, economia e até lazer e entretenimento. Pão e circo? É o pão.
Devo grande parte de tudo que aconteceu comigo ao futebol. Então, senhores dirigentes, peço por favor: parem de fazer mal a ele.

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